Uma Janela para o Território - Sobreira Formosa


ROTEIRO DAS ARTES | VALORIZAR, PRESERVAR E EDUCAR
UMA JANELA PARA O TERRITÓRIO
MURAL SÍLVIA MATHYS E CAVALHEIRO CARDOSO
INICIATIVA “EU PARTICIPO” DO PROJETO PROMOVER E INTEGRAR CLDS 3G
MAIO 2017
SOBREIRA FORMOSA

Inspirado na lenda da vila que está na origem do nome Sobreira Formosa, o mural no exterior da antiga Casa do Povo reflete também os elementos naturais e patrimoniais mais emblemáticos do concelho. Neste caso, além da paisagem natural, expressa também os ofícios tradicionais da vila. “Ao pintarmos a simplicidade da natureza, associando a natureza à história de Sobreira Formosa, conseguimos chegar a toda a gente através da arte”, explica Cavalheiro Cardoso. Com 17 metros de comprimento e 1,70 metros de altura, a composição da pintura resulta da observação cuidadosa desta zona do concelho, onde salta à vista “as formosas tecedeiras”, cuja história da comunidade deu o mote para os dois artistas pintarem este painel. Reza a lenda que num belo dia, três graciosas raparigas fiavam delicadamente, gozando da sombra de um sobreiro, quando passou um homem que ficou deslumbrado com a beleza das tecedeiras e do local. O caso ficou conhecido e pela repetição das palavras “formosa” e “sobreira” originou o nome da vila. Além desta história, está retratada a paisagem de outra época onde predominavam os sobreiros, as cerejas e os ofícios como a pastorícia e a produção de vinho. Os dois artistas seguiram a mesma linha artística na elaboração desta pintura que têm utilizado nos outros morais da sua autoria.

CAVALHEIRO CARDOSO
Nasceu no Fundão e emigrou em criança com os seus familiares para África. Cursou Pintura na Escola Industrial de Luanda. Trabalhou alguns anos em placards de cinema e neografia acompanhado pelo grande mestre “Fernandos” Morais, pintor e arquiteto, que recebeu vários prémios de melhor Cenografia e menções honrosas de pintura em concursos patrocinados pela Câmara Municipal de Luanda. Em 1975 regressou a Portugal e em 1976 trabalhou na ilha da Madeira em publicidade para a Pepsi-Cola local, continuando ao mesmo tempo o seu percurso artístico. Emigra para a Suíça em 1978 onde reinicia intensamente a atividade artística, expondo e participando em vários eventos culturais, conciliando com a atividade profissional em serigrafia. Cruza-se com a artista Silvia Mathys, que se tornaria esposa e companheira do mesmo sentir as artes. Optam por regressar Portugal em 1988 e fixam residência na vila de Proença-a-Nova, onde exerceram a atividade serigráfica a par com a pintura artística, exposta em inúmeras exposições coletivas e individuais.

SILVIA MATHYS
Nasceu em Schaffhausen na Suíça. Após a escola secundária e a formação profissional em Confeção de Peles, entrou na Escola de Belas Artes em Zurique onde completou o curso em 1975. Deu aulas de pintura para seniores numa instituição multinacional abrindo o caminho a novas perspetivas artísticas. No seu percurso artístico tem inúmeras exposições individuais e coletivas, participando também em eventos culturais. Em 1978, num dos eventos, a artista Silvia Mathys encontra o artista Cavalheiro Cardoso, atualmente seu marido. A partir dessa união ambos iniciaram a carreira juntos, apresentando-se ao público em exposições na Suíça, Itália, Liechtenstein, Brasil e Portugal. O valor artístico de Silvia Mathys e Alfredo Cardoso está patente em quadros e murais, expostos pelo Concelho, o que atesta a consideração e reconhecimento do seu mérito.