Este largo lembra e homenageia o P. Manuel Joaquim Cristóvão, nascido
na aldeia de Corgas, Município de Proença-a-Nova, a 26 de abril de 1926.
Filho de Nazaré de Jesus Cristóvão e Manuel Cristóvão.
Iniciou os estudos no Convento de Cristo, em Tomar, estudou também
no Seminário das Missões, em Cernache do Bonjardim e concluiu os estudos da
ordem missionária no Seminário da Sociedade Missionária da Boa Nova (SMBN), em
Cucujães.
Fez o juramento missionário na SMBN em 1949 e foi ordenado
presbítero a 29 de março de 1952.
Passou os primeiros oito anos de padre como educador e professor
nos seminários da SMBN em Portugal, na formação dos irmãos leigos e na direção
da Escola Tipográfica das Missões, em Cucujães, e partiu para Moçambique em
janeiro de 1961, onde viria a exercer a sua atividade missionária por trinta
anos consecutivos no Sul do Save, que então pertencia à arquidiocese de
Lourenço Marques (Maputo), e depois ficou a pertencer à diocese de Xai-Xai,
desmembrada da primeira. As suas atividades missionárias foram desenvolvidas
principalmente entre as populações rurais.
Após a nacionalização das escolas das Missões e da
ocupação das suas casas, ele, com o Ir. José Mota, seu companheiro da atividade
missionária no Alto Changane, foi obrigado a partilhar a sua casa com
funcionários do governo. Trabalhou então como empregado de loja e armazém para
sobreviver e poder permanecer no meio do povo.
Durante a guerra civil moçambicana foi obrigado a
mudar-se para o Chibuto. Colaborou na Diocese e foi diretor espiritual de
congregações religiosas, embora nunca tenha abandonado a população do Alto
Changane. Visitava regularmente as famílias e as pequenas comunidades que iam
resistindo às tormentas da guerra, tendo elaborado um plano de visitas semanais
para refazer a vida dessas mesmas comunidades. Conhecia os perigos que o
ameaçavam, sobretudo na estrada entre o Chibuto e o Alto Cangane. Mas o seu
amor ao povo obrigava-o a viajar.
A 21 de
janeiro de 1991, quando regressava do Alto Changane para Chibuto, a
meio caminho, foi detido por um grupo armado. Queimaram-lhe o carro e assassinaram-no, tendo sido testemunhas da
sua morte uma jovem catecúmena que viajava com ele e algumas pessoas detidas
nesse lugar pelo grupo armado.
Foi sepultado no cemitério do Chibuto.
(Texto da família e do P. Adelino Ascenso
Superior Geral da Sociedade Missionária da Boa Nova)