Nasceu a 25 de abril de 1920 na Amoreira, concelho de
Proença-a-Nova, no seio de uma família modesta, tendo entrado para a escola
primária apenas aos nove anos, quando um irmão mais novo o substituiu no ofício
de pastor. Prosseguiu os seus estudos, sempre com distinção, e ingressa no
curso de Medicina em 1944. Inicia a sua atividade profissional numa pequena
firma importadora de especialidades farmacêuticas, da qual assume a direção
comercial em 1947. Parte nesse ano para África e Ásia e, em 1951, percorre o
continente americano e a Oceânia, em busca de negócios que começam a
transformar a pequena farmácia num próspero laboratório – o Laboratório ATRAL,
Lda. Em 1965, inicia a produção de antibióticos, como a tetraciclina, a
oxitetraciclina e de eritromicina. Constitui, em seguida, a CIPAN e depressa
constata que esta só seria rentável se a produção se alargasse à escala
mundial.
Na sequência da aquisição, em 1955, de uma pequena empresa
tipográfica, a GRIS Impressores, lança-se no mercado editorial, no ano seguinte,
com a editorial ARCÁDIA, no simples intuito de ajudar o Dr. Fernando Namora a
publicar os seus livros. Mais tarde, perante a dificuldade em encontrar no
mercado livros infantis para os seus filhos, surge-lhe a ideia de constituir
uma empresa – a VERBO – que inicia a sua produção em 1959. Alarga a sua área de
intervenção em 1962, com a criação da CELULOSE DO TEJO, entretanto
nacionalizada e atualmente integrada na PORTUCEL, ao mesmo tempo que avança com
unidades de produção da ATRAL em vários países e continentes. Em 1967,
reorganiza o EUROLABOR e colabora na sua implantação e desenvolvimento em
Condeixa. Em 1969, avança com a CISUL – Cimentos do Algarve. Entre 1974 e 1976
foi impedido de viver no País, dando início à CIBRAN, fábrica de antibióticos no
Rio de Janeiro, e à CESQUISA, fábrica de corticosteróides, em Segóvia.
Regressado a Portugal, faz nascer, em Proença-a-Nova, uma
grande indústria de aglomerados de madeiras, termolaminados e colas, a SOTIMA,
prosseguindo a sua expansão neste sector através da aquisição de outras
unidades industriais. As suas empresas, maioritariamente associadas ao sector
farmacêutico, encontram-se espalhadas por cerca de 120 países.
Ao longo da sua vida, o Comendador Sebastião Alves
desenvolveu sempre um carinho especial pela investigação, atraindo os melhores
estudantes para as suas empresas e encorajando a sua formação no estrangeiro. A
ele se deve a promoção das Escolas de Farmácia de Coimbra e Lisboa, tendo
obtido, para esta última, grande parte das verbas que permitiram a construção
do seu principal pavilhão operacional. Ofereceu estágios em Portugal, nas suas
múltiplas empresas, a investigadores de outros países. São inúmeras as patentes
depositadas nas suas empresas em todo o mundo, quer de produtos que foram desenvolvidos
nas suas fábricas, quer de muitos outros que foram igualmente desenvolvidos
para dar apoio à venda de tecnologia. Foram vários os cargos que desempenhou ao
longo da sua vida, entre os quais são de salientar o de deputado da Assembleia
Nacional entre 1965 e 1973 e o de consultor da UNIDO (Nações Unidas para a
Indústria Farmacêutica). Foi agraciado com as Comendas da Ordem Equestre do
Santo Sepulcro de Jerusalém (conferida pela Santa Sé), do Mérito Industrial e
da Ordem do Mérito Civil, concedidas por Sua Excelência o Presidente da
República.
Faleceu a 18 de janeiro de 2012, com 91 anos.
A 25 de Abril de 2015, foi criada na Biblioteca
Municipal de Proença-a-Nova a Sala Comendador Sebastião Alves, composta por
mais de 4.000 títulos doados pelo benemérito.